20080126

a noite e eu...


tudo muda
e tudo se confunde, ilude
nas luzes da cidade
não há luar...
caminhando pro outro lado
numa noite calada
sem sombras...
venta frio na orla do cais
e serrena finos traços e gotas
palavras e pensamentos...
a cidade tentando dormir
e eu faço silêncio
pra não acordar
ela soluça e caminha
e não consegue
tenta...
me faz companhia
conversas de um olhar e lágrimas
é quase dia precisamos continuar
eu acordo e ela enfim consegue dormir
...

20080122

como criança...


a página rasgada do livro
das palavras perdidas no vento
do litoral das águas que não voltam
mas deixam marcas na areia
a chave perdida
da porta encostada
de quem saiu
com lágrimas caladas...
e que só choram no silêncio
depois da curva...a distância.
com ela somos sempre
crianças sem balanço
esperando alguém nos buscar.
doentes sem cura
no calor sem sombra,
sobram lembranças
que sempre vão ficar
sorrisos e alegria
aventuras e poesia
distância...
como seria você
sem nossas histórias?
não sobreviveria
em horas monótonas...
não saberia o caminho
de casa e nem porque voltar.
não cantaria
e nem teria motivos pra continuar
lendo esse livro sem páginas...
maldita e temida saudade
me embalo pra continuar voando
e vivendo longe de ti
um dia, quem sabe?
me contento com um abraço
de olhos fechados
e logo acordar...

Vôo...

vou e voou...

sobre os teus passos

nas tuas asas...

consigo te ver além...

no novo ano dos velhos humanos

eu consigo te encontrar

todos os dias

na minha força

na minha natureza,

que eu nunca sei controlar!

eu preciso de um momento sozinho

ouvindo apenas as batidas do meu coração e

você é a voz e as minhas palavras

no silêncio das lágrimas...

na distância e na saudade!

na perda...

e na ausência da essência...

na tarde eu vejo a chuva cair

e sempre paro pra pensar...

nos que vão, nos que ficam

nos que esperam...

para onde as águas seguem,

será que há um novo sol,

e novas nuvens?...

minhas dúvidas são sempre

razão para continuar contigo

porque do teu lado

eu sempre encontro sentido...

escudo para os meus próprios erros

corragem para os meus próprios medos...

continuo tranquilo enquanto a chuva passa

movido pela música

tradução do meu espírito

e sentimento...

eu caminho passo a passo

seguindo as marcas

das águas de um estreito rio...

sugestão...

Sugiro um bom motivo

Pra deixar tudo de lado

Sugiro respirar bem fundo

Antes de dizer adeus!

Toda liberdade tem seu preço

Pague caro, mas seja livre

Assim que puder...

Escolha as melhores músicas

Alguns livros e siga,...

Siga em frente...

Mas desvie sempre que necessário.

Corra e ande sem se preocupar com o tempo

Ame sem esperar um momento

No amor qualquer momento é ideal...

Mas...

E quando estiver cansado?

Sente-se pra vê os sóbrios passarem

Lê-los vai ser engraçado

Suas verdades terminam

Nas próprias calçadas...

Suas mentiras dormem nos seus braços...

Fingindo inocência,...

Gritam suas ignorâncias,

Sorriem suas maldades.

Disfarçam seus medos,

Se enganam com máscaras...

Mas durma,uma música ou o livro...

Invente, crie, faça o mundo girar...

Role de tanto ri,...

E quando estiver bem

Siga em frente...

Uma varanda..

O pêndulo na parede

O tempo no passado

A poeira fina sobre os móveis em casa

A segurança e a incerteza dos meus passos

Na larga varanda...

Ouço, o sino ecoa

Mais uma badalada

Soou eu sentado na calçada

Deitado no banco do quintal de casa

Á sombra da mangueira

Que balança seus galhos

Quando o vento passa...

Seca a folha cai tranqüila,

Seguindo seu destino

Sempre calada e

Sobre a tinta desbotada

Das minhas palavras

Eu escrevo

Nas folhas velhas de um caderno.

Sobre as tardes de sol

Sobre as chuvas caindo perto da noite

Sobre o ponteiro do tempo

E as folhas que amanhecem molhadas.

Cordas...

Ela tinha que lutar

Sobreviver mais um dia...

Esconder-se não adianta

Quando nós mesmos nos procuramos.

Ela tentou entender suas atitudes

Mas tudo foi em vão.

Permaneceu deitada

Sem acreditar nas marcas de sangue

Sem sentir as mãos e as pernas

Nem a vontade de correr...

Mais um dia em que o sol não brilhou

E todos os seus desejos estirados...

Apenas marcas vermelhas

E a sensação de que era tarde demais

E ela se viu brincando, balançando...

Viu-se sorrindo, mas se sentiu morrendo.

Arrepender-se foi só o que ainda deu tempo...

E ela se viu brincando, balançando...

Viu-se sorrindo...